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  • qui. jan 30th, 2025

Manifestantes criticam mudanças no atendimento para crianças com deficiência em SP

Manifestantes criticam mudanças no atendimento para crianças com deficiência em SP

Mães e professores realizam manifestação para criar mudança que afetará não só no desenvolvimento na sala de aula, mas, também a capacidade dos profissionais em aplicar o trabalho pedagógico.

Mães e professores de Sorocaba, interior de SP, criticam as mudanças no atendimento para crianças com deficiência, anunciadas pelo governador de São Paulo (SP), Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Conforme o anúncio do governador, a partir de 2025, cada professor auxiliar, também conhecido como Profissional de Apoio Escolar para Atividades Escolares (PAE-AEs), poderá atender até cinco alunos, dependendo do nível de suporte. Antes, eles acompanhavam apenas um estudante por aula, mesmo que o aluno estivesse classificado como grau de suporte nível 1. 

Priscila de Amorim Siqueira, mãe de Emanuel de Siqueira, de seis anos, com Transtorno de Espectro Autista (TEA) nível 2, afirma que a mudança fere os direitos adquiridos pelas crianças e jovens. “Isso implicaria muito na vida dos nossos filhos. Eles ficarão sem a atenção necessária dos professores auxiliares, que terão mais de uma criança para atender. Isso faz com que eles não consigam atingir a funcionalidade completa deles”, explica.

Para Maria Madalena Lopes Manzano, que trabalha como professora auxiliar na rede estadual de ensino, a mudança vai sobrecarregar os profissionais.

“Nós somos responsáveis por atender uma criança ou jovem. Com essa mudança, não vamos conseguir dar o suporte necessário para eles, pois vamos atender mais de uma. Será impossível oferecer o suporte necessário,” comenta.

Segundo a professora, o novo modelo afeta a capacidade dos alunos autistas, já que eles passam a confiar nos professores e se sentem seguros durante a aula. “Não é bom para a criança ou jovem portador de autismo ficar mudando de profissional. Cada uma tem um jeito de trabalhar com eles. É complicado quando a gente olha para esse determinação, onde teremos que atender mais de três alunos diferentes, com níveis diferentes, isso é impossível, na sala de aula temos mais de 30 alunos”, conclui.

Em nota, a Secretaria Estadual de Educação informou que os “professores auxiliares não reconduzidos para a função da PAE-AEs poderão atribuir aulas, conforme cronograma e critérios estabelecidos pela Seduc para todo o corpo docente, na Diretoria de Ensino ou mesmo para atuarem como eventuais na rede”.

Ainda conforme a pasta, a distribuição dos alunos será feita com base no grau de suporte necessário. Confira:

  • Grau 1: Cada PAE-AE pode ficar responsável por até cinco estudantes com grau de suporte nível 1. Neste caso, os alunos podem estar, inclusive, em turmas separadas.
  • Grau 2: Cada PAE-AE pode atender até, no máximo, três estudantes com grau de suporte nível 2, todos na mesma sala. Se a classe também tiver alunos com grau nível 1, o PAE-AE pode apoiar os três alunos nível 2 e até dois alunos nível 1, totalizando cinco estudantes por profissional.
  • Grau 3: No caso de estudantes com nível de suporte 3, cada PAE-AE pode atender um ou no máximo dois alunos.

Em Itapetininga (SP), dezenas de pais, alunos e professores saíram às ruas na quinta-feira (23) para protestar contra a medida do governo que altera as regras e promove mudanças na educação especial. Com cartazes e carro de som, o grupo percorreu as principais ruas do centro da cidade no movimento “Itapetininga em Defesa da Educação Especial”

Fonte: g1.globo.com

CRÉDITO/IMAGEM: Grupo protestou nas principais ruas de Itapetininga contra as mudanças na educação especial — Foto: Arquivo Pessoal/Rafael Simões

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